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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PREVENÇÃO DESDE CEDO!!!

*A menina linda da foto acima apresenta mordida cruzada no lado direito, o que faz com que o crescimento maxilar deste lado fique limitado, gerando num grau avançado a assimetria da face.

Respirar, mastigar, deglutir, são funções automáticas que qualquer um de nós faz no dia-a-dia. E da mesma forma que é automático realizar tudo isso, muitas vezes sem querer, fazemos algumas dessas funções de maneira incorreta, e o próprio organismo cria uma alternativa para que ela seja realizada de alguma outra forma, mesmo que erradamente. Por exemplo, quando respiramos pela boca, o que acontece? Erguemos a cabeça, e com isso mudamos todo o padrão de estímulo de crescimento ósseo corporal. Então os desastres já começam a acontecer. Uma série de alterações fisiopatológicas de eventos que partindo da cavidade oral vão se estendendo até os pés.
Engana-se quem acredita que os problemas de má formação dos ossos da face se dão a partir da erupção dos dentes permanentes, o que acontece geralmente por volta dos seis anos de idade. Na verdade, eles começam bem antes, antes da primeira infância, ou seja, de zero a três anos. Desde o nascimento as nossas arcadas dentárias precisam do estímulo correto para se desenvolverem. Nesta fase, a respiração, a amamentação e a deglutição, feitos de maneira correta, são fundamentais. Desde a primeira infância é possível ensinar hábitos corretos das principais funções para evitar a má formação das arcadas dentárias.
Quando a mãe amamenta o bebê, deve estar atenta se ele consegue mamar adequadamente, sem sinais de asfixia ou falta de ar. A amamentação é um dos mais importantes estímulos de desenvolvimento das funções orais e do crescimento facial.
A mastigação entra como outro fator determinante do crescimento facial. E aqui, entra a importância da consistência dos alimentos que são dados à criança. Sugere-se que sejam misturados alimentos mais resistentes à mastigação (como a carne) nas sopas ou massas, a fim de que um maior número de ciclos mastigatórios seja realizado. Estes movimentos mandibulares promoverão o crescimento dos maxilares.
A prevenção e a correção dos desvios de funções devem ser feitas no momento em que são detectadas, exigindo um tratamento multidisciplinar, onde ortopedistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas possam fazer uma abordagem terapêutica especializada e integral.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

OS EFEITOS DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA NAS DIMENSÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES E A QUALIDADE DE SONO

Por: Fabiano Caetano Brites, cirurgião-dentista, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – RS

Adaptado de: Turnball N, Battagel JM. The Effects of Ortyhognathic Surgery on Pharyngeal Airway Dimensions and Quality of Sleep. Journal of Orthodontics 2000; 27:235-247.


Alterações cirúrgicas na posição do esqueleto facial inevitavelmente afetam as relações entre os tecidos moles e duros do sistema estomatognático. Entretanto, aspectos que são raramente considerados são os efeitos dos movimentos esqueléticos nas vias aéreas superiores. Mudanças nas dimensões das vias aéreas têm sido demonstradas depois de reposicionamentos cirúrgicos da maxila e/ou mandíbula.

Os efeitos orofaríngeos dos avanços cirúrgicos maxilo-mandibulares têm sido levados em consideração vantajosamente no tratamento da apnéia obstrutiva do sono refratária.

A prevalência da apnéia do sono é difícil de determinar, mas um recente estudo no Reino Unido registrou 3,5% de indivíduos masculinos entre 15 e 34 anos apnéicos.Os sintomas da apnéia do sono são o ronco, acompanhado por obstrução das vias aéreas, com episódios de interrupção da respiração, resultando em interrupções do sono ou sono fragmentado, que evolui para um excessivo cansaço e/ou sono durante o dia. A situação usualmente progride, com o paciente “caindo no sono” em situações cada vez mais ativas, com relatos de aumento nos acidentes automobilísticos. A conseqüente redução na saturação do oxigênio sangüíneo pode levar à hipertensão, com complicações cardíacas e pulmonares.

Muitos fatores anatômicos e fisiológicos têm sido sugeridos como causas da apnéia do sono, causas essas multifatoriais, que na presença do sono e com decréscimo do tônus muscular levam a uma oclusão das vias aéreas superiores.

Vários estudos sugerem que existem diferenças nas estruturas cervico-faciais devidas à apnéia do sono, tais como: deficiência mandibular, retrusão bimaxilar, redução no comprimento da base craniana, aumento no terço médio da face, alongamento do palato mole, alargamento da base da língua e reposicionamento inferior do osso hióide.

É possível que a cirurgia ortognática, por alterar a anatomia do esqueleto facial, provoque mudanças no padrão do sono.

Análises cefalométricas, estatísticas e estudos do sono confirmam que após o avanço mandibular, os níveis de ruído e de saturação de oxigênio no sangue progridem para níveis similares aos indivíduos considerados normais.

Em suma, avanços mandibulares causam um significante aumento nas dimensões das vias aéreas e ainda produzem melhora no espaço retro palatino,
com mudanças no formato do palato mole. Estes efeitos tardios são provavelmente dados às mudanças posturais do palato mole, de maneira a manter a sua relação normal com o dorso da língua e com as estruturas que participam da movimentação mandibular. O espaço intermaxilar também aumenta, e a língua diminui proporcionalmente a ocupação deste espaço, quando efetivamente terá melhor função, resultando em seu posicionamento mais anterior, com o conseqüente alargamento nas vias aéreas retro linguais.

Conclui-se que, quando bem indicada por especialista, em conjunto com equipe multidisciplinar, a cirurgia ortognática é um excelente método de tratamento, como auxiliar na melhora da sintomatologia nos pacientes portadores de apnéia obstrutiva do sono refratária aos tratamentos conservadores.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MEU FILHO TEM A VOZ ROUCA!

Pais, fiquem alertas para as alterações na voz de seu filho. Eles podem estar com disfonia causada por fatores orgânicos ou funcionais.
Do ponto de vista orgânico, há as anomalias estruturais, geralmente congênitas, e os traumatismos laríngeos. Quando há alteração vocal evidente desde o nascimento, estes fatores devem ser investigados por um otorrinolaringologista. Há ainda problemas relacionados às alergias, principalmente do aparelho respiratório.
As causas funcionais são as mais freqüentes. O abuso vocal é fato freqüentemente observável na maior parte das crianças, o que pode ser facilmente detectável nas atividades diárias da criança como em festinhas infantis, durante o horário de recreio da escola, durante a realização de esportes como o futebol. Porém, observamos que o abuso vocal realmente prejudicial é aquele que se caracteriza por emissão tensa, nervosa e forçada. Neste aspecto, é importante ressaltar que o ambiente que a criança vive deve favorecer sua participação comunicativa, oferecendo condições para que ela se expresse e seja ouvida. Modificar o comportamento vocal de uma criança não é tarefa fácil. Os pais neste momento colaboram com este processo. Toda criança precisa de ATENÇÃO. Muitas se sentem deixadas de lado, e para chamar a atenção acabam falando em voz muito elevada, gritando, querendo dominar o ambiente através da voz, o que é extremamente prejudicial.
É importante salientar que alterações de voz são sintomas a serem observados e avaliados. A presença de nódulo vocal (calo nas pregas vocais) é significativa na infância, mais freqüente nos meninos, e merece tratamento especializado. A caracterização da família é fundamental neste processo, modificando eventuais características ambientais e auxiliando a criança na identificação de seus abusos. Seria interessante que os pais, ao detectarem que a voz da criança altera-se com freqüência, não importando a faixa etária, investigassem. Os profissionais especializados para avaliar e indicar o melhor tratamento para seu filho são o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo. O trabalho fonoaudiológico junto às crianças conta com a participação ativa da família para que os comportamentos da criança com relação à sua voz sejam modificados.
CUIDE DA VOZ DE SEU FILHO!!
Qualquer alteração consulte um especialista! Assim você poderá evitar sérias complicações vocais.
Rosane Pereira Rodrigues - Fonoaudióloga

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ATITUDES POSTURAIS DO RESPIRADOR BUCAL







Atitude postural é a posição do corpo em um dado momento resultante do posicionamento das diferentes articulações do esqueleto. A postura correta é aquela que exerce um mínimo de estresse sobre cada articulação.
Muitas crianças, na fase de crescimento, apresentam alterações na respiração, oclusão e postura caracterizando a Síndrome do Respirador Bucal. Vários estudos revelam uma íntima relação entre a respiração bucal e as deformidades esqueléticas e posturais. O desequilíbrio entre respiração e deglutição provoca alterações funcionais que não se restringem apenas a este sistema, mas afetam o organismo como um todo.
O sistema estomatognático é composto por dentes, ossos, articulações, músculos e fáscias, e para um desenvolvimento harmonioso é preciso ser estimulado pela amamentação materna, respiração e mastigação. Se a respiração sofre alteração, há uma adaptação do sistema gerando alterações posturais.
“Precisamos obter conhecimentos para diferenciar o que é normal do patológico. Se tivermos subsídios para avaliar, poderemos nos antecipar e tratar, evitando que a desorganização se instale ou logo tratando e evitando que se agrave, permitindo ao ser humano condições de se manter com saúde, o que lhe resultará em melhor qualidade de vida”. Preocupação que é uma constante do grupo EMEA.
Além da integridade anatômica e funcional, a respiração nasal requer que as estruturas anatômicas estejam livres para dar passagem ao ar. O sistema respiratório, sensorial, dentário e outros provocam a adaptação anatômica do tronco com relação ao pescoço. Assim, os músculos do tronco e do pescoço trabalham no sentido do equilíbrio da cabeça. Ocorrendo alguma interferência nesse equilíbrio, a postura da cabeça também sofre mudanças.
Nos respiradores bucais, para facilitar a passagem do fluxo aéreo superior, há uma desarmonia entre os músculos extensores e flexores da cabeça e do pescoço, na tentativa de buscar uma postura adaptativa. A respiração bucal leva a alteração do eixo mandibular e do eixo do crânio em relação à coluna cervical, modificando o posicionamento normal da coluna cervical e do repouso mandibular, a oclusão dentária e o plano de visão, desencadeando uma posição mais anteriorizada da cabeça. Sendo a cabeça o centro de gravidade do corpo e estando o posicionamento dela alterada, todo o corpo sofre alteração na sua postura com a finalidade sempre a de manter o equilíbrio do corpo.
A coluna como um todo sofre alteração. Qualquer desequilíbrio na parte superior do corpo é refletido na base. O respirador bucal com suas graves alterações posturais pede socorro a todas as áreas da saúde. Devolvendo o padrão correto de respiração o corpo pode desenvolver as suas potencialidades. A posição anteriorizada da cabeça é a postura que mais interfere no sistema mastigatório, determinando uma oclusão patológica. A não observação e a não valorização da relação da postura mandibular com a coluna cervical implicarão insucessos tanto para o fisioterapeuta, quanto para o fonoaudiólogo assim como para o ortopedista funcional resultando em graves prejuízos ao paciente.

O tratamento exige uma inter disciplinaridade!

Esteja atento!

Deborah Dotto, Fisoterapeuta

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

MASTIGAÇÃO - DICAS PARA OS PAIS:

DICAS PARA OS PAIS:
Observe seu filho se ao mastigar:
- Mastiga com os lábios fechados;
- Usa os dois lados para mastigar;
- Respiração predominantemente pelo nariz;
- Se os alimentos escolhidos necessitam trabalho mastigatório;
- O tempo da mastigação é aceitável: nem muito rápido, nem muito lento;
- Se toma água, sucos ou refrigerantes para ajudar na mastigação;
- Se os dentes estão realizando a função de trituração adequadamente;
- Se bochechas apresentam boa musculatura de ambos os lados;
Em caso de dúvidas, converse com um especialista.
Lembre-se que a mastigação pode ser corrigida!

Elda Detoni- Odontopediatra e OFM

MASTIGAÇÃO - ACADEMIA BUCAL

Mastigar é um ato reflexo aprendido, coordenado por nervos e músculos. Isto só ocorre a partir do momento em que o crescimento craniofacial tenha aumentado o volume intra-oral, os dentes tenham irrompido e entrem em oclusão, a musculatura e a ATM tenham amadurecido, possibilitando uma interação com o SNC.
Os primeiros movimentos de mastigação são irregulares e descoordenados. Os movimentos da maxila e da mandíbula de um indivíduo durante o ciclo de mastigação formam um padrão integrado e desenvolvido de muitos elementos funcionais e são altamente adaptativos na criança. Por isso é importante ensinar à criança como mastigar, falando e demonstrando, mas principalmente fornecendo alimentos que propiciem o correto estímulo funcional, pois mais tarde as mudanças adaptativas são bem mais difíceis.
Observe o vídeo sobre mastigação. Qualquer maneira diferente de executar esse ato, certamente apresenta anormalidade funcional, o que gerará prejuízos para o sistema estomatognático.